Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo,
morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sincero, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer.
Esse amanhecer
mais noite que a noite.
Carlos Drummond de Andrade
4 comentários:
microscopista = criador d microscópios ?
gosto de textos sem titulos
faz com que tenhamos mais atenção e interppretação em determinadas frases..
uma guerra poética ?...
lutar com amor é bm melhor.
mas bm mais difcil
porem pessoas acham q é dificl e impossível.
=/
enfim
ótima quartaa...
e faço das do zé as minhas palavras..
melhore sua vida...
tome activia com johnnye walker...e saia cagando e andando..
*-*
e no rio grande do sul sexta estréia o filme..
o homem QUE LEVOU ferro 2....aieeeeee***
Fuii...
Drummond, sempre fantástico.
Carlos Drummond de Andrade sempre arrasa em seus poemas, textos, etc. Boa escolha de poema Jah. rs Bzos
JAMILE,
PASSEI POR AQUI PARA DIZER-LHE QUE ESCREVO CRÔNICAS DE HUMOR.
Meus blogs são de humor se quiser visitá-lo ficaria honrado.
São eles:HUMOR EM TEXTO;
FOTOFALADA e
COMO ERA FÁCIL FAZER SEXO.
Um abração carioca.
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