
Antigamente escrevia com mais frequência e com uma naturalidade maravilhosa. Meus textos eram sempre românticos e abstratos. Hoje travo lutas tórridas com a folha de papel intacta. Recentemente tive que escrever um conto. Foram dias de desespero e o desespero maior veio quando caí na real e percebi o porquê dessa situação. Descobri que além de uma provável falta de romantismo pra escrever textos melosos, havia o dilema de escrever sobre algo que, na verdade, não se acredita cem por cento. Devo ressaltar que "Era uma vez" uma menina bobinha. Deixei de sonhar ser princesa, com o tempo e com algumas experiências. Afinal, o núcleo problemático dos contos é existencial - o herói ou a heróina busca a realização pessoal. A minha não está limitada ao encontro do tão esperado príncipe encantado. Eu vou mais além. Isso mesmo! Pra mim os contos de fadas não passam de uma grande ilusão, os príncipes encantados não passam de sapos imaginários e o "felizes para sempre" é história para boi dormir. Podem me chamar de insensível ou ingênua, mas ingenuidade é pensar que a bela adormecida não acorda depois de séculos, toda descabelada e ainda amassada do travesseiro, é acreditar que de todo o reinado apenas a Cinderela calça 35 e que os príncipes encantados e as princesas não têm defeitos. Para mim, as relações são construídas com o tempo e na aprendizagem mútua entre pessoas passíveis de erro. No "felizes para sempre" há uma pitada de brigas, desencontros, dúvidas e tudo mais que existe em qualquer convivência. Tanto faz ser um reino muito distante ou muito próximo, no consciente ou inconsciente das pessoas, a realidade e a ficção coexistem. Eu quero viver um conto, mas um conto real!
Um comentário:
amei amor, tou seguindo voce *o* me segue tmb ?
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