Mas eu me mordo de ciúmes

Confesso que sou ciumenta. Tenho ciúmes dos meus amigos, das minhas bandas, dos meus livros, da minha família, da minha cadela, da minha escova de cabelo, do meu computador, do meu travesseiro, do meu violão, das minhas roupas, dos meus sapatos, dos meus lápis e canetas,  das minhas músicas, dos meus textos, dos meus filmes, da minha novela, do meu seriado, do meu caderno, do meu diário, das minhas fotos, dos meus ursinhos, dos meus esmaltes e perfumes, do meu celular, da minha câmera, das minhas revistas, dos meus chaveiros, dos meus brincos, das minhas cartas, das minhas caixas. Ciúmes da minha casa, do meu quarto. Ciúmes das minhas coisas, minhas lembranças. Ciúmes do meu mundo. Sou egoísta e possessiva nesses aspectos sim. Claro que tenho os meus limites quando o assunto é o meu ciúme, não sou nenhuma louca de sair por aí brigando com todos por alguma coisa que sinto ciúmes. Sou uma ciumenta controlada (contradição). É normal ter ciúmes, o que não é normal é não ter controle sobre ele. Quem nunca sentiu ciúmes de um(a) melhor amigo(a)? Quem nunca sentiu ciúmes do(a) namorado(a)? Quem nunca sentiu ciúmes da sua mãe? Enfim, são vários os fatos que nos provocam esse sentimento tão arrebatador: ciúmes. A questão é saber o quanto esse ciúmes toma conta de você, se é um ciúme bom ou não (se é que existe algum ciúme bom). É, eu me mordo mesmo de ciúmes.