
Não posso dizer que estou cansada, mas sim completamente desesperada com essa guerra sem armas onde fui lançada. Sinto-me por vezes perdida em meus próprios pensamentos e outras vezes aturdida por meus fortes sentimentos. É como se uma nuvem de chuva estivesse em cima dos meus sonhos, dos mais complexos até os mais fáceis de se decifrar. A chuva real, no entanto, me faz parar e pensar nas pessoas que estão ao meu redor. Eu poderia viver a realidade e deixar mentiras para trás, mas elas me sacodem como ondas na rebentação. Não importa o quanto eu me debata, o labirinto já se fechou, não há como voltar atrás e a perspectiva de seguir em frente, apesar de única, não é a melhor. Meu único refúgio agora, são as palavras. As mais fieis companheiras, nunca me faltam, nunca me traem. Meus dedos já estão doloridos de tanto escrever. Noites inteira sem dormir, pego a cante e o papel, deixo as palavras virem naturalmente. O coração escuta, a mãe apenas escreve. É cada aresta de cada letra de cada frase que eu escrevo me cortando a pele como uma navalha cega. Implorando para que eu libere meu verdadeiro eu. Lágrimas molham o papel, e com estas lágrimas busco inspiração bem no fundo do meu interior para continuar a escrever, continuar a viver. Acordar, olhar para o céu, testemunhar que aquele mesmo sol que partiu ontem de noite, para iluminar outro rosto, voltou hoje, mais iluminado do que ontem, para fazer uma nova sombra no meu rosto. Volto a me sentir andando em círculos, perdida em tudo o que sou. Tento com as palavras me reestudar, porém as coisas ficam cada vez mais fora do lugar, meus pensamentos fogem e as lágrimas voltam a rolar. Sinto-me perdida no tempo. Meus desejos me apavoram. Minhas angústias voltam a incomodar. Elas não vão embora até que enlouqueço e choro. Choro porque não consigo entender quando foi que me perdi. Assim como chorei, quando ao parar em frente ao espelho do meu quarto, olhei e não enxerguei mais "eu".
Um comentário:
perfeeeeeito amor t3
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